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sábado, 10 de março de 2012

Faxineira junta dinheiro e compra apartamento de frente para o mar


Com um bom humor e muita disposição, Rita construiu um patrimônio de dar inveja. Ela comprou um apartamento de 155 metros quadrados.

Itapema, SC
O ritmo é forte. O serviço é pesado. Mas a aposentada Rita Graczyk sempre foi uma daquelas pessoas apaixonadas pelo trabalho. “Eu gosto. Imagina se eu não gostasse. Gosto muito”, diz.
Ela aprendeu a combinar capricho e economia. “Não é o produto que limpa, mas sim o esfregar, o capricho e a boa vontade”, resume.
Rita costumava fazer 14 faxinas por semana. Ela limpava uma casa de manhã e outra à tarde. No sábado, ainda deixava os corredores e as escadarias de três prédios brilhando. Como ela conseguia fazer tanta coisa em tão pouco tempo?
“Acelerando e trabalhando sempre em cima do relógio”, responde. “Tudo eu economizo, até meu tempo.”
Para varrer a casa? Quinze minutos. Para tirar o pó? Vinte minutos. Para lavar o banheiro? Mais 20. O passo acelerado é outro segredo de economia de Rita.
“Sempre fui trabalhar a pé. Nunca utilizei ônibus. Nunca fui de carro, sempre a pé. Ando até 40 minutos, mas o segredo era levantar mais cedo para chegar no horário”, conta.
Com um bom humor danado e muita disposição, a faxineira construiu um patrimônio de dar inveja. A duas quadras de uma das praias mais badaladas de Santa Catarina está o apartamento de 155 metros quadrados que Rita também limpa com gosto, mas por puro prazer: no local, ela faz o papel da dona de casa.
"Quando eu vim morar para cá, eu me beliscava. Será que isso é nosso mesmo? Será que isso não era um sonho?", lembra Rita.
Para comprar a beleza de apartamento, Rita não pediu dinheiro em banco. Fez uma "matemática".
“Nós guardamos dinheiro, compramos três terrenos, esperamos os terrenos valorizar e depois vendemos e pagamos com mais um pouco de dinheiro que nós juntamos. Foi o que a gente fez”, explica.
Na época, ela ainda deu um jeitinho de não vender o antigo apartamento. Viu nele uma boa fonte de renda. “Não se deve vender o que a gente tem. A gente tem que adquirir para comprar outro, não vender”, ensina.
A lógica de Rita não parece lição de economia? Ela completou 60 anos e há dois meses decidiu parar de fazer faxina na casa dos outros. Mas só pôde se dar ao luxo porque a vida inteira controlou cada tostão. Ela nunca atrasou uma conta.
“Se você deixa hoje atrasar, amanhã tem duas. O condomínio é a mesma coisa. Você tem desconto de 20% pagando em dia. Você junta o ano todo, consegue pagar as duas últimas parcelas só com o desconto que teve durante o ano”, explica.
A filha, a pedagoga Josiani Graczyk, aprendeu com o exemplo: “Não pode gastar mais do que tem. Isso não pode.”
Rita só faz compras à vista. Teve paciência para juntar dinheiro e pagou todos os eletrodomésticos do apartamento novo de uma vez só. Faturou um desconto de R$ 1.050 mil. “Dá para dizer que praticamente a máquina de lavar roupa veio de graça”, reflete.
Ela não usa cheque nem cartão de crédito. Comida, ela sempre faz em casa. Ela precisa pensar para se lembrar da última vez que foi a um restaurante. “Agora lembro. Nós fomos comer fora quando a gente fez 25 anos de casado. Isso faz uns seis anos. Isso aí ajuda muito na economia de cada um, por isso a gente consegue comprar as coisas. Não é porque ganha um monte de dinheiro, não.”
Na hora de comprar roupa, Rita ensina: para fazer economia, é preciso gastar um pouco mais. “Eu compro roupa boa, pago um pouquinho mais caro, lavo ela no tanque, não coloco na máquina. Posso até botar para centrifugar e depois eu passo ela do avesso. A roupa dura mais.”


Rita cobrava R$ 50 por faxina. Juntando o salário dela com o do marido, que é pedreiro, a soma chegava perto de R$ 3 mil. Rita pode se esbaldar agora porque sabe direitinho quanto custa ganhar e guardar o dinheiro.

“Você vai trabalhar, acha seu trabalho tão pesado e aí você gasta à toa? Não pode”, ressalta.
O aposentado Valfredo Schmitt também é da turma que economiza no centavo. Ele conta até vantagem na padaria! “Dei uma moeda de R$ 1 e ela me voltou com R$ 0,50. Estou no lucro com R$ 0,03”, calcula. “Já fiz minha economia do dia. Ou parte da economia.”
Esse jeito de levar a vida rendeu uma fama e tanto: “Chorão”, define a dona de loja. “Casquinha”, diz a dona da padaria Bernadete Maria Boss.
Valfredo e a mulher ganharam a vida como operários de indústria têxtil. Ele recebia pouco mais de dois salários mínimos por mês, o equivalente, hoje, a R$ 4 por hora. Ela, também. Juntos, definiram um limite: os gastos da casa não podiam ultrapassar a renda de um deles - o salário do outro virava poupança.
“Eu trabalhava em média 24, 25, 26 horas por semana de hora extra”, lembra Valfredo.
Para comprar a primeira casa própria, Valfredo passou três anos folgando apenas uma vez por mês. Oportunidades para economizar? Ele sempre viu, por toda parte.
“Eu acho que se eu puder ir a pé ou de bicicleta, é exercício. E isso está me trazendo saúde.”
Os filhos cresceram ouvindo: “Apaga a luz, economiza água, só põe no prato aquilo que vai comer”, relata consultor de informática Sidnei Schmitt.
“Eles tinham no máximo cinco minutos para tomar banho”, revela Valfredo. “Se passasse de cinco minutos, eu ia lá cobrar. Bati na porta várias vezes cobrando.”
As regras sempre foram muito claras. Na hora de fazer compras... “Só se compra aquilo que realmente necessita. No máximo um sapato por ano. Quando ele aguenta, passa de um ano tranquilamente”, diz o aposentado.
E na hora de pagar... “Meu hábito é ir falar com a gerente, principalmente a dona. A dona é mais prático de a gente convencer, sabe?”, brinca, olhando para a gerente de loja. “É um segredo”, ri ela.
Segredo para conseguir desconto. É o rei da economia. Mesmo com um salário modesto, Valfredo e a mulher deram um empurrãozinho na vida financeira dos filhos.
“Sem dívida e sem mexer na poupança. Fizemos festa de casamento, festa de formatura, compra de casa para a Luciana, boa poupança para o Sidnei, e isso sem mexer no capital, no especial. Só economizando”, diz.
Um esforço que emociona. “Muito orgulho, muita gratidão, sempre”, elogia, emocionada, a assistente de vendas Luciana Schmitt.
No fim das contas, Valfredo conseguiu uma proeza: quitou a casa onde mora hoje e ainda comprou um apartamento na praia. Isso tudo sem nunca ter feito um empréstimo bancário. “Fizemos isso só na força da poupança, guardando dinheiro.”
A fórmula de Valfredo seria a mesma de Rita? Qual o segredo?
“Muito amor ao trabalho, muito amor à vida, muito amor ao capricho, uma luta diária”, conclui Valfredo.
Rita e Valfredo, os nossos dois mestres na arte de economizar, têm mesmo muita coisa em comum. Eles são irmãos, filhos de agricultores, cresceram em uma família grande e aprenderam desde cedo o que fazer, não só em tempos de vacas magras, mas também em época de fartura.
“A nossa mãe sempre dizia: meus filhos, guardem na fartura que vocês têm na necessidade”, diz Valfredo.
A vida na roça foi uma escola. A família Schmitt só via dinheiro uma vez por ano. “Tínhamos que gastar aos poucos. Tinha que sobreviver com aquilo”, lembra Valfredo.
Foi assim que Rita e Valfredo descobriram o caminho para conquistar um belo lugar ao sol. Hoje, Valfredo usa o dinheiro da aposentadoria para se aventurar pelo mundo. Já fez dois cruzeiros e planeja ir ainda mais longe.
“Temos o projeto de ir mais uma vez ano que vem, quem sabe a gente vai fazer um cruzeiro para a Espanha. Estamos projetando para ir para a Espanha ano que vem”, revela.
Rita ainda está se acostumando com esta vida boa. “Eu sempre falava, para todas as minha patroas, que eu ia querer ser dona de casa de manhã e uma madame de tarde. Olha só. Está começando”, ri.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Oportunidade de Trabalho em Cabo Verde

Perito Sênior em microfinanças
ADA - Appui au Développement Autonome
Tipo de contrato : CDD , 2 anos
Localização: Praia, Cabo Verde
Website da associação : http://www.microfinance.lu/
Descrição do posto
No âmbito da implementação de um programa de apoio setorial ao desenvolvimento da finança inclusiva em Cabo Verde, ADA recruta um consultor sênior em microfinanças. A missão está prevista para um período de 24 meses e o consultor ficará baseado em Praia.
O programa ira a nível:
· Macro, promover um ambiente propício ao desenvolvimento da microfinança através do apoio às autoridades responsáveis do setor (o Banco Central de Cabo Verde e Ministério de tutela);
· Méso, fortalecer os mecanismos de coordenação setorial, e em particular acelerar o reconhecimento da FAMF (Federação das Associações de Microfinança) em seu papel de liderança em termos de representação dos seus membros, e facilitar o acesso aos recursos financeiros adicionais;
· a nível Micro, dar um apoio direto às IFM em função das suas necessidades específicas.
O programa será complementado por ações com a diáspora cabo-verdiano no Luxemburgo, em ligação ao sector bancário luxemburguês e cabo-verdiano.
Responsabilidades
· Coordenar e executar as atividades identificadas no documento de projeto, garantindo a transferência de know-how permanente
· Garantir o envolvimento dos parceiros locais e animar os vários processos de concertação. O diálogo entre os atores dos três níveis e dentro de cada nível é um dos principais pilares do projeto
· Garantir a obtenção de Indicadores Objetivamente Verificáveis ​​(IOV)
· Elaborar e apresentar os relatórios anuais de progresso ao comité de pilotagem do projeto
Competências/qualificações/experiência
· Bac + 5
· Conhecimento do setor da microfinança em África e de projetos de desenvolvimento
· Pelo menos 10 (dez) anos de experiência no setor da microfinança, dos quais 3 (três) anos de experiência em gestão de projeto / chefe de equipe
· Capacidade de intervenção pertinentes a nível micro, méso e macro, no setor financeiro
· Perfeitamente bilingue Francês / Português (escrita, leitura, conversação)
· Excelente capacidade de organização e de escrita
· Experiência anterior em país lusófono é uma vantagem
· Conhecimento detalhado da oferta de formação em microfinança (CGAP, Micro Save, OIT, etc.)
Quem estiver interessado e preencher os critérios acima, é convidado a enviar a sua candidatura até ao 15 de Fevereiro de 2012, para o endereço myriam.ada@microfinance.lu, incluindo: um curriculum vitae, uma carta de apresentação (ambos os documentos em língua francesa e portuguesa ), referências e informações de contato e um relatório de projeto anteriormente escrito nas duas línguas. As candidaturas deverão conter a seguinte menção:
CANDIDATURA PARA O POSTO DE PERITO SENIOR NO AMBITO DE UM PROJETO DE APOIO AO SETOR DA MICROFINANÇA EM CABO VERDE.
Contatos :
Myriam Florentin Stefanie Afonso
myriam.ada@microfinance.lu stefanie.ada@microfinance.lu
ADA ADA
Luxembourg Luxembourg
Termos de Referência para o posto de Perito Sênior em Microfinanças
Tarefas principais e responsabilidades
a. Preparação da missão e passos iniciais (sede FAMF na Praia):
· Adaptar a programação do projeto se necessário e revisar as condições e os estudos de viabilidade;
· Organizar um seminário de abertura do projeto com todos os interlocutores;
· Preparar um relatório inicial dentro de três meses após a chegada a Praia.
b. Coordenação e relacionamento com os parceiros:
· Animar os diferentes processos de concertação previstos no projeto. O diálogo entre os intervenientes de todos os níveis é um dos principais pilares do projeto;
· Impulsionar o envolvimento dos parceiros locais;
· Garantir a ligação entre o projeto e a sede no Luxemburgo (ADA). O perito estará permanentemente disponível para a sede em fins de transmitir as informações importantes quanto ao progresso e monitoramento do projeto;
· Preparar as reuniões do Comité de Pilotagem e apresentar-lhe o desenvolvimento do programa orçamental anual.
c. Responsabilidade técnica: planeamento e implementação do projeto:
· Coordenar as atividades do projeto (em concertação com o encarregado do projeto no Luxemburgo), e em particular planear e contratar as consultorias, organizar reuniões e seminários, formações, visitas de estudo e missões de apoio técnico;
· Preparar ao início de cada ano um plano operacional detalhado quanto à programação financeira do projeto
· Planear o tempo de duração de cada atividade do projeto, em respeito à programação e ao orçamento aprovado;
· Aconselhar quanto à estratégia e metodologia de implementação das atividades;
· Desenvolver processos e métodos de recolha de informação quanto aos Indicadores Objetivamente Verificáveis ​​(IOV);
· Assegurar a elaboração e finalização dos relatórios de atividade, relatórios anuais e de balanço;
· Enquadrar todas as atividades implementadas no projeto.
d. Responsabilidades administrativas: gestão de pessoal, finanças, contabilidade e auditoria:
· Dar contas a ADA quanto às atividades e monitoramento das despesas realizadas. O perito será responsável pela gestão adequada dos fundos que lhe foram confiados;
· Gerir o equipamento do projeto (hardware, mobiliário etc.) em estabelecendo procedimentos adequados e inventários;
· Gerir os custos locais e garantir que as contas locais estejam mantidas em bom estado;
· Assegurar que as transações financeiras sejam transparentes e sigam os procedimentos adequados e garantir o cumprimento dos prazos na produção dos elementos financeiros;
· Certificar-se que as recomendações de auditoria sejam seguidas.
e. Encerramento do Projeto:
· Preparar um plano de transferência do projeto o mais tardar seis meses antes do final do projeto, incluindo as propostas de transferência da propriedade, o calendário para a conclusão do projeto e todas as modalidades úteis para a retomada do projeto por uma entidade local ;
· Realizar um seminário de encerramento do projeto com todos os intervenientes;
· Preparar o relatório final do projeto;
· Participar no debriefing da missão na sede da ADA no Luxemburgo.
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