Por Fabio de Freitas
Ainda há muito a se fazer e o combate à corrupção levará anos, talvez séculos, para se chegar a algum nível de destaque internacional.
Esta semana foi publicado o índice de percepção de corrupção da Transparency International. O Brasil está longe de alcançar níveis aceitáveis de corrupção tais como os dez primeiros países que se destacam no índice. Com pontuação de apenas 43%, o país aparece no 69º lugar do ranking, à frete da Macedônia e perdendo para Arábia Saudita que está no 58º lugar.
A Lista está encabeçada pelos três primeiros países com 90% de pontuação. Em destaque estão a Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia à frente do Ranking. Em 4º lugar está a Suécia com pontuação 88%, seguida por Singapura com pontuação 87% e Suíça com pontuação 86% no índice. Em seguida vem Austrália e Noruega, ambos em 7º lugar. O Canadá e Holanda, ambos em 9º lugar, completam os dez primeiro países com menores índices de corrupção.
Os dados são provenientes de instituições independentes que registram a percepção da corrupção durante um ano. Numa escala de 0 a 100 onde zero representa o nível mais elevado de corrupção e 100 o nível mais baixo de corrupção, o órgão analisou 174 países. Entre os piores do ranking, estão a Somália, Coreia do Norte, Venezuela e Haiti.
Este ano, o Brasil foi sede do 15ª Conferência Internacional Anticorrupção ocorrida em Brasília nos dias 7 a 10 de novembro, a convite da Transparência Internacional, justamente por representar importantes avanços no combate à corrupção entre os países em desenvolvimento.
As punições da ação penal 470, conhecida como julgamento do “Mensalão”, dão prenúncios de que, de fato, algo está acontecendo no sentido de se dar – pelo menos – consciência pública àquelas ações condenáveis e prejudiciais à sociedade.
É um pequeno avanço, embora saiba-se que a corrupção no Brasil advém de fatores históricos e que atos ilícitos façam parte das ações da maioria dos brasileiros. A cada dez brasileiros, sete cometem pequenos atos corruptos achando que são normais e que não trazem prejuízos à sociedade.
É lamentável que um país cotado para ser a quinta maior economia do planeta em 2013, ainda tenha níveis tão baixos de transparência e governança e a corrupção seja prática trivial a ponto de se pensar atos ilícitos como louváveis e impuniveis. Ainda há muito a se fazer e o combate à corrupção levará anos, talvez séculos, para se chegar a algum nível de destaque internacional.
CORRUPTION PERCEPTIONS INDEX 2012: TRANSPARENCY INTERNATIONAL
http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=iNf2tv_aXNQ
Fonte: http://www.transparency.org/